sábado, 28 de agosto de 2010

Alguns usos inadequados da Bíblia Sagrada



Muitas pessoas têm feito um mal uso da Bíblia, utilizando-a apenas em momentos de dificuldade e problemas. Os exemplos que serão listados a seguir não classificam ninguém como herege, nem significa que as pessoas que o fazem o estão fazendo com má intenção, mas essas formas de utilizar a Bíblia são inadequadas porque limitam a Bíblia.
Uma das razões da Bíblia existir é para podermos nos relacionar com Deus da forma correta, e não para o deleite particular ou pessoal de ninguém.
Vejamos alguns usos inadequados da Bíblia:

1. Caixinha de Remédios
A utilização dos princípios bíblicos de forma correta produzirá cura emocional e até física. Todavia, é preciso entender que a Bíblia é muito mais que uma caixinha de primeiros socorros, que só é aberta quando alguém está doente ou precisando de ajuda médica.

Provérbios 2:1-5
“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, Para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, Então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus”

2. Refrigerador
A utilização da Bíblia trará conforto, alento e paz ao coração, quando além de lida for obedecida. Porém, é preciso entender que a Bíblia é muito mais que um refrigerador, que só é aberto quando alguém deseja tirar algo dali para suprir suas necessidades.

Mateus 11:28,29
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.”

3. Bola de Cristal

A Bíblia possui cerca de 30% de profecias, e por isso trata de eventos futuros. Nesse aspecto, a Bíblia demonstra sua inspiração, autoridade e inerrância. Porém, não deve ser vista apenas como uma linda coleção de revelações. Muitas pessoas cometem o erro de nem sequer ler a Bíblia, mas abri-la aleatoriamente, como se Deus obrigatoriamente fosse lhes falar algo através desse método de adivinhação bíblica.
É preciso compreender que a Bíblia é a mensagem de Deus para o homem e esta deve ser lida sequenciadamente.

Salmo 119:11
“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”

4. Caixinha de Promessas

A Bíblia possui um número quase incontável de promessas para nossas vidas. Nesse conjunto de promessas encontramos: promessa de vida eterna, promessa de perdão, promessa de Graça, promessa de misericórdia, promessa de suprir as necessidades, promessa de proteger contra os inimigos, promessa de guiar, promessa de confortar, promessa de nos manter próximos de Deus e Deus próximo a nós, promessa de nos capacitar, promessa de orientar....

Todavia, a Bíblia não deve ser lida apenas selecionando-se as partes que nos forem mais agradáveis e convenientes.
É preciso entender que muitas vezes estamos andando em desobediência e rebeldia, e precisamos escutar o que Deus está nos falando, pois existem outras promessas também: promessa de castigar quem anda em desobediência, promessa de açoitar a quem recebe como filho, promessa de morte prematura, promessa de castigo com vara, promessa de enviar o devorador para castigar, promessa de doenças por causa do pecado, promessa de pragas...
As caixinhas de promessa não trazem a verdade de Deus de forma completa e contextualizada, e a Palavra de Deus entregue pela metade é o mesmo que fazer um churrasco quando está faltando a carne, ou uma feijoada sem feijão, ou suco de limão sem limão.

2 Timóteo 3:15-17
“E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”

5. Código Moral
A Bíblia nos orienta em como devemos viver e proceder. Principalmente para aqueles que se identificam como cristãos e nascidos de novo. Todavia, a Bíblia não é pura e simplesmente um manual de regrinhas para a vida diária.
A Bíblia, muito acima disso, traz a revelação de Deus para o homem de forma que o homem seja completo, íntegro em Deus, e não apenas socialmente.

Gálatas 5:22
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”

6. Resolvedor de Debates
A Bíblia é a Palavra de Deus para os homens e não apenas um manual de combate as heresias.
Muitas pessoas lêem a Bíblia através de porções isoladas, descontextualizadas e sem entender o significado das palavras, do texto etc. Todavia, querem utiliza-las apenas para o favorecimento pessoal na hora de debates e discussões.
A Bíblia é muito mais que uma solucionadora de debates, antes é a vontade de Deus revelada de forma escrita para que o homem seja aprovado diante de Deus.

2 Timóteo 2:15
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”

7. Prova de nossa própria integridade
Muitas pessoas utilizam a Bíblia para se esconder atrás dela, dizendo até que “juram pela Bíblia sagrada que estão falando a verdade”.
A Bíblia não é um manual de juramentos ou penhor da palavra de ninguém, a não ser da Palavra do próprio autor, que é Deus.
Jurar por algo implica na afirmação de que esse algo nos pertence, e precisamos entender que a Palavra de Deus é a Palavra de Deus! E não a nossa. Portanto ela não nos pertence. A Palavra é de Deus e não de quem está jurando.

Tiago 5:12
“Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim, e não, não; para que não caiais em condenação”


Passar a vida inteira dependendo de apenas pedaços isolados da Bíblia Sagrada nunca irá lhe ajudar a entender a Revelação de Deus de forma completa. Quem depende de apenas pedaços sempre irá enxergar apenas pedaços e nunca o todo. Quem se apega apenas a pedaços nunca será formado por completo. Sempre irá faltar uma parte.


Autor: Robson T. Fernandes
Fonte: www.caleberobson.blogspot.com

terça-feira, 10 de agosto de 2010

POR QUE O HOMEM NÃO É CAPAZ DE VOLTAR PARA DEUS?

"Suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus. Um espírito de prostituição está no coração deles; não reconhecem o Senhor” - Oséias 5: 4

As duras palavras ditas por Deus através do profeta era dirigida aos religiosos, ao povo em geral e à família real, sem deixar ninguém de fora: “Ouçam isto, sacerdotes! Atenção, israelitas! Escute, ó família real! Esta sentença é contra vocês” (Os 5: 1). As terríveis conseqüências da Queda não desviam de nenhum filho de Adão. “Todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Rm 3: 23). Mas o texto nos mostra que o problema com o pecado não é apenas sua extensão, atingindo a todos os homens, mas também a profundidade em que penetra em cada ser humano, afetando todas as suas faculdades.

As obras impedem de voltar para Deus, Is 59:2

O proceder do homem natural é corrompido de tal forma que ele só faz pecar e pecar. Nem mesmo uma reforma exterior ele pode apresentar de forma consistente, pois “suas ações não lhes permitem voltar para o seu Deus” (Os 5:4a). A prática do pecado se torna um hábito tão natural que o homem quase nunca percebe que sua natureza está dominada pelo pecado. Não raro as pessoas consideram seus pecados como sendo falhas desculpáveis, e as vezes os defendem como uma virtude. Na verdade, estão tão acostumados aos seus pecados quanto se acostumaram à cor da pele. “Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal” Jr 13:23.

Contrariando os profetas citados, os homens acreditam que é tudo uma questão de escolha, que basta ao homem preferir o bem que é capaz de fazê-lo. Chamam a essa capacidade de livre-arbítrio. Porém, a Escritura não oferece nenhum respaldo a essa filosofia humanista, quando diz que “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:12). Isto é corroborado pela observação e a experiência de cada um, que não consegue encontrar um só homem na história que tenha superado sua inclinação para o mal e vivido sem pecar. E quando olhamos para nós, temos que confessar que o “porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:19).

O coração é dominado pelo pecado, Mc 7:21-23

Num nível mais profundo, o pecado domina o coração das pessoas, “um espírito de prostituição está no coração deles” (Os 5: 4b), diz o mensageiro do Senhor. No Gênesis o diagnóstico divino sobre o coração humano era de que “toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn 6: 5) e que tal condição não exclui nem as crianças, pois “a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8: 21). As palavras de Salomão sobre o ímpio de que “há no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal” (Pv 6: 14) não se aplica apenas a Hitler e a quem esquarteja namoradas, mas também a pais de famílias honestos, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso” (Jr 17: 9).
Não é o homem que determina como seu coração deve ser, mas o coração é que determina como o homem é, “porque, como imaginou no seu coração, assim é ele” (Pv 23:7). Um homem sempre procederá de acordo com a natureza de seu coração. Se este for endurecido e mau, então tal pessoa resistirá ao Espírito e procederá de forma contrária à lei de Deus. Por isso que as pessoas dos dias de Oséias não podiam voltar para Deus, pois seus corações estavam dominados por um espírito de prostituição e dominavam o comportamento deles. E é por isso que o homem moderno não pode converter-se a Deus, pois a natureza de seu coração é má e o incapacita para o bem.

O pecado cega o entendimento, 1Co 2:14

O pecado afeta também a mente do homem, cegando-o para as coisas de Deus. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Ao invés de se voltar para Deus “o povo que não tem entendimento corre para a sua perdição” (Os 4:14), ainda mais que “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1:28). Outro profeta descreve a cegueira do povo como sendo pior que a dos animais, pois “o boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1:3).

Como “tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas” (Tt 1:5), não são capazes de compreender a mensagem do evangelho. Precisam, antes, ter “iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1:18), do contrário sua mente irá das trevas presente para as trevas exteriores, sem conhecer a luz do Senhor.

Conclusão

O livre-arbítrio como capacidade do homem se voltar para Deus é uma mentira de Satanás, que assim perverte o evangelho, levando homens a torná-lo persuasivo a defuntos. Pois os pecadores não experimentam outra realidade senão o pecar, tornando a rebelião a Deus um hábito que não podem mudar. Além disso, seu coração que determina suas ações é fonte de toda sorte de males, sendo enganoso e perverso, portanto desinclinado às coisas de Deus. E sua mente é corrompida de tal forma pelo pecado que o evangelho lhe parece loucura indigna de crédito, só aceitando naturalmente se a mensagem for modificada de tal maneira que não se pareça em nada com o evangelho da glória de Deus. Diante disso, eles até “voltam, mas não para o Altíssimo” (Os 7: 16). Igrejas lotam, mas corações continuam vazios de Deus, ocupados somente com a prostituição espiritual “porque um espírito de prostituição os enganou, eles, prostituindo-se, abandonaram o seu Deus” (Os 4:12).

Soli Deo Gloria

Fonte: http://cincosolas.blogspot.com/

MEGALOMANIA EVANGÉLICA

Por Valmir Nascimento Milomen

A mania de grandeza de parte da igreja evangélica brasileira é de causar espanto. Parece que a demonstração da comunhão com Cristo é medida com base no tamanho do evento que realizamos. Grandes marchas; congressos suntuosos; eventos gigantescos.

Há muito tempo não me deixo iludir com acontecimentos gigantescos que [dizem] irão mudar o rumo da igreja. Isso, na verdade, é uma tentativa de afirmação evangélica a fim de demonstrar o tamanho de seu crescimento e talvez o poder da sua influência.

Ocorre que a influência do cristão [e da igreja] na sociedade não se dá por meio de grandes eventos, mas sim por uma vida em conformidade com o padrão bíblico. Como cristão evangélico, acredito que a vida cristã se vive nas pequenas coisas; nos pequenos detalhes; no testemunho cristão verdadeiro e na nossa intimidade inabalável com Cristo. Demonstramos que somos diferentes não pela quantidade de pessoas que conseguimos ajuntar numa avenida, estádio ou igreja; antes pela entrega sem reservas a Deus.

E é exatamente isso a base da cosmovisão cristã: nosso compromisso com Cristo. Ao contrário do que muitos pensam, o fundamento da cosmovisão cristã é simples por natureza e se comprova na nossa fidelidade ao Senhor. Apesar da visão de mundo cristã defender a necessidade de influência da igreja em todos os aspectos da sociedade por meio de um fé pública; é verdade também que tal influência tem na sua essência nosso relacionamento individual com Deus. Ações públicas sem verdadeira comunhão individual é simples ativismo político, em que a igreja passa de agente de transformação do Reino de Deus em simples associação humana para causas sociais.

Como escreveu Francis Schaeffer: “Enquanto cristãos, não basta só conhecer a cosmovisão correta, a cosmovisão que nos diz a verdade sobre o que existe, mas também agir conscientemente de acordo com aquela visão de modo a influenciar a sociedade o máximo que pudermos em toda as suas áreas e aspectos e por toda a nossa vida, na total extensão dos nossos dons individuais e coletivos”. [Como Viveremos, Cultura Cristã, p. 194]

O apóstolo Paulo também disse: "Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco" 2Co.1.12

Repetindo: O apóstolo dos gentios fala em simplicidade e sinceridade. Ao invés da simplicidade, o evangelicalismo atual tenta ser sofisticado e requintado, ofuscando o teor da mensagem cristã. E no lugar da sinceridade, se sê ações aparentes, exteriores, com o objetivo principal de causar impacto público. Que o Senhor Jesus leve-nos de volta à simplicidade do seu evangelho.


Valmir Nascimento Milomen é palestrante nas áreas de educação cristã, pós-modernidade e cosmovisão. É co-criador da UBE - União de Blogueiros Evangélicos, comunidade virtual que reune mais de 9 mil blogueiros, e também faz parte da equipe de colaboradores do Púlpito Cristão

ADORAÇÃO

por Arthur W. Pink

Uma das falácias mais solene e destruidora de almas nestes dias é a idéia de que almas não-regeneradas são capazes de adorar a Deus. Provavelmente a razão maior pela qual este erro tem ganho tanto espaço deve-se à imensa ignorância espalhada acerca da natureza real da verdadeira adoração

As pessoas imaginam que, se elas freqüentarem um culto religioso, forem reverentes em seu comportamento, participarem do período de hinos, ouvirem respeitosamente o pregador, e contribuirem com ofertas, então realmente adoraram a Deus. Pobres almas iludidas... um engano que é levado adiante pelo falso-profeta e explorador do dia. Contra toda esta ilusão, temos as palavras de Cristo em João 4.24, que são surpreendentes em seu caráter restritivo e pungente: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

A VAIDADE DA FALSA ADORAÇÃO

“Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens” (Marcos 7.6,7). Estas palavras solenes foram ditas pelo Senhor Jesus aos escribas e fariseus. Eles vieram a Ele com a acusação de que Seus discípulos não se conformavam às suas tradições e práticas em relação à pureza e lavagens cerimoniais. Em Sua resposta, Cristo expôs a inutilidade da religião deles...

Estes escribas e fariseus estavam levantando a questão do “lavar de mãos” cerimonial, enquanto seus corações permaneciam sujos perante Deus. Oh, querido leitor, as tradições dos antigos podem ser diligentemente seguidas, suas ordenanças religiosas observadas estritamente, suas doutrinas devocionalmente guardadas, e ainda assim a consciência jamais foi sondada na presença de Deus quanto a questão do pecado. O fato é que a religião é uma das maiores obstruções para a verdade de Deus abençoar as almas dos homens.

A verdade de Deus nos leva a um nível em que Deus e o homem são tão distantes quanto o pecado é da santidade: portanto, a primeira grande necessidade do homem é purificação e reconciliação. Mas a “religião” atua na suposição de que a depravação e culpa humanas podem ter relacionamento com Deus, podem aproximar-se dEle, e mais, adorá-lO e serví-lO. Por todo o mundo, a religião humana é baseada na falácia de que o homem pecador e caído pode ter um relacionamento com Deus. A religião é um dos principais meios usados por Satanás para cegar a humanidade quanto à sua verdadeira e terrível condição. É o anestésico do diabo para fazer pecadores perdidos sentirem-se confortáveis e tranqüilos em seu vil afastamento de Deus. A religião esconde deles Deus em Seu verdadeiro caráter – um Deus santo que é “tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar” (Hb 1.13).

Teremos muito esclarecimento em relação a este ponto de nosso assunto se considerarmos atentamente o abominável incidente registrado em Mateus 4.8,9: “Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”. O diabo busca adoração. Quão poucos na cristandade estão alertas quanto a isto, ou percebem que as principais atividades do inimigo se mantêm na esfera religiosa!

Escute o testemunho de Deuteronômio 32.17 – ”Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram”. Isto se refere a Israel em seus primeiros dias de apostasia. Escute agora 1 Coríntios 10.20 “Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus”. Que luz isto nos lança sobre a idolatria e abominações do paganismo! Ouça mais uma vez 2 Coríntios 4.4 “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. Isto significa que Satanás é o inspirador e dirigente da religião do mundo. Sim, ele busca adoração, e é o promotor principal de toda falsa adoração.

A EXCLUSIVIDADE DA VERDADEIRA ADORAÇÃO

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4.24). Este “importa” é definitivo; não existe alternativa, não há escolha neste assunto. Não é a primeira vez que temos esta palavra profundamente enfática no Evangelho de João. Existem dois versículos notáveis em que isto ocorre anteriormente. “Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (João 3.7). “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado” (João 3.14). Cada uma dessas três “necessidades” é igualmente importante e inequívoca. (N.T.: Em inglês a palavra sempre é “must”).

A primeira passagem faz referência a Deus Espírito, pois é Ele quem regenera. A segunda refere-se à obra de Deus Filho, pois foi Ele quem fez a expiação pelo pecado. A terceira faz referência a Deus Pai, pois é Ele quem procura adoradores (João 4.23). Esta estrutura não pode ser alterada: apenas aqueles que nasceram do Espírito, que repousam sob a obra expiatória de Cristo, que podem adorar o Pai.

Citando novamente as palavras de Cristo à religiosidade de Seus dias, “Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; Em vão, porém, me honram” (Marcos 7.6,7); Ah, meu leitor, o mundano pode ser um filantropo generoso, um religioso sincero, um denominacionalista zeloso, um membro de igreja devoto, um assíduo participante da comunhão, ainda assim ele não é mais capaz de adorar a Deus que um mudo é de cantar. Caim tentou e falhou. Ele não foi irreligioso. Ele “trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.” (Gênesis 4.3), mas “Mas para Caim e para a sua oferta [Deus] não atentou”. Por quê? Porque ele se recusou a aceitar sua condição incapaz e sua necessidade de um sacrifício expiatório.

Para se adorar a Deus, Deus deve ser conhecido: e Ele não pode ser conhecido a não ser por Cristo. Muito pode ser ensinado e crido sobre um “Deus” teórico ou teológico, mas Ele não pode ser conhecido à parte deo Senhor Jesus. Ele disse “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6). Portanto, é uma crença artificial pecaminosa, uma ilusão fatal, uma farsa maligna, levar pessoas não-regeneradas a imaginarem que elas podem adorar a Deus. Enquanto o pecador permanece longe de Cristo, ele é “inimigo” de Deus, um filho da ira. Como então poderia ele adorar a Deus? Enquanto permanece em seu estado não-regenerado ele está “morto em seus pecados e delitos”. Como, então, ele pode adorar a Deus?

O que foi dito acima é quase universalmente repudiado hoje, e repudiado em nome da Religião. E, repetimos, religião é o principal instrumento usado pelo diabo para enganar almas, ao insistir – não importa que seja a “religião budista” ou a “religião cristã” – que o homem, ainda em seus pecados, pode manter um relacionamento e aproximar-se do Deus três vezes santo. Negar essa idéia é provocar a hostilidade e ser censurado a ponto de ser uma oposição a todos os meros religiosos. Sim, isto foi muito do que levou Cristo a ser odiado impiedosamente pelos religiosos de Seus dias. Ele refutou suas afirmações, expôs sua hipocrisia, e então provocou seu ódio.

Aos “príncipes dos sacedotes e anciões do povo” (Mateus 21.23), Cristo disse “os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (Mateus 21.31) e no final de seu discurso é dito que estavam “pretendendo prendê-lo” (v. 46). Eles atentaram para coisas externas, mas seu estado interno foi negligenciado. E por que os “publicanos e fariseus” entraram no reino de Deus adiante deles? Porque nenhuma pretensão religiosa obstruiu seu caminho; eles não tinham uma profissão de justiça própria para manter a qualquer custo, nem uma reputação piedosa para zelar. Pela pregação da Palavra, foram convencidos de seu estado de perdição, então colocaram-se no devido lugar diante de Deus e foram salvos. Algo que só pode acontecer com adoradores.

Tradução: Josaías Cardoso Ribeiro Jr.

Fonte: http://www.monergismo.com/

sábado, 7 de agosto de 2010

IGREJA REFORMADA

por Rev. Carlos Alberto Henrique

Com certeza já ouvimos a expressão “somos uma Igreja Reformada” ou “precisamos reformar a nossa Igreja”. Porém, o que muitas pessoas não sabem é o que de fato significa ser reformado ou reformar a igreja.

Muitos pensam que reformar significa “inovar”, dando abertura à criatividade doutrinária, metodológica e cúltica. Para esses, reformar tem a ver com uma liturgia carregada de coreografia, uma teologia carregada de misticismo e um comportamento cheio de gestos e posturas que cheiram mais ao paganismo do que ao cristianismo ensinado e praticado por Jesus Cristo nos evangelhos.

Para muitos, a reforma tem a ver com inovações, trazendo para dentro da igreja uma teologia contextualizada, que consiga responder aos anseios do povo. Aliás, esta era a tese do Liberalismo Teológico do Século XIX. Idéias fundamentadas numa filosofia puramente antropocêntrica, porém, muito distante do protestantismo Cristocêntrico.

Contudo, quando se olha para o Movimento da Reforma do Século XVI, não é isso que se percebe, visto que a grande luta de Martinho Lutero foi combater exatamente esse tipo de inovacionismo que estava correndo com a igreja cristã de então, trazendo heresias das mais absurdas para dentro dela.

Lutero percebeu que reformar não era inovar a sua teologia ou a sua liturgia, mas sim, restaurar e redescobrir aquilo que havia se perdido no decorrer de séculos de trevas, quando a Bíblia já não era mais o fundamento doutrinário da igreja e sim tradições resultantes das decisões dos concílios. Logo, o que se consumou como Reforma Protestante no século XVI não foi um movimento inovador, mas restaurador, uma volta às origens, um retorno à Palavra de Deus.

Uma das grandes descobertas da Reforma Protestante foi a “sola Scriptura”, que era um retorno exclusivo à Palavra de Deus e a ela somente. O objetivo era a pregação e a exposição da Escritura Sagrada, ensinada, lida e vivida como a única regra de fé e de prática, como alicerce sobre o qual devem se fundamentar todas as decisões. É preocupante quando se percebem pessoas buscando inovações, baseadas em movimentos carismáticos, pentecostais e neopentecostais, muitos deles importados de outros países, que nada mais são do que invenções de homens que se dizem receptores de uma nova revelação de Deus, mas que de Deus e de Sua Palavra nada têm.

Reformar é necessário, e este era o lema de Calvino: “Igreja reformada, sempre se reformando”, porém, é necessário entender que essa reforma não é inovação, modernização do conteúdo da fé, mas sim restauração do entendimento desse conteúdo, e isto implica em olhar para frente compreendendo o que a relação em Cristo nos legou. Assim, a questão não se impõe com novos métodos, mas sim, com o velho método, que faz voltar à Palavra, extraindo dela aquilo que de fato ela ensina. A Palavra é a referência.

Cremos que a vida cristã é dirigida pela Palavra de Deus, por isso, devemos estar produzindo reforma e, acima de tudo, estarmos sendo, nós mesmos, reformados, a fim de sermos bem sucedidos. Essa foi a promessa de Deus e é o Seu desejo, conforme falou por Josué ao Seu povo: “Não cesses de falar deste livro da lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido” (Js 1.8).

O Rev. Carlos Alberto Henrique é Capelão Institucional do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Fonte: Jornal Brasil Presbiteriano.

ARGUMENTOS A FAVOR DO AMILENISMO

por Wayne Grudem

1. Quando olhamos para a totalidade da Bíblia, somente uma passagem (Apocalipse 20:1-6) parece ensinar o reino milenar terreno e futuro de Cristo, e essa passagem em si mesma é obscura. Não é sábio basear tão importante doutrina em uma passagem de interpretação incerta e amplamente controvertida.

Mas, como os amilenistas entendem Apocalipse 20:1-6? A interpretação amilenista vê essa passagem como referindo-se à presente era da igreja. A passagem é esta:

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual fechou e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo. Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição.Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.

De acordo com a interpretação amilenista [1], a prisão de Satanás nos versículos 1 e 2 é a prisão que ocorreu durante o ministério terreno de Jesus. Ele falou sobre amarrar o valente a fim de poder saquear a casa (Mateus 12:29 - “Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente? e então lhe saquear a casa”) e disse que o Espírito de Deus estava presente naquele tempo em poder para triunfar sobre as forças demoníacas: “Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus” (Mateus 12:28). Semelhantemente, com respeito à destruição do poder de Satanás, Jesus disse durante o Seu ministério: "Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago” (Lucas 10:18).

O amilenista argumenta que essa prisão de Satanás em Apocalipse 20:1-3 tem um propósito específico: “para assim impedi-lo de enganar as nações” (v. 3). Isso, então, é o que aconteceu quando Jesus veio e o evangelho começou a ser proclamado não simplesmente aos judeus, mas, após o Pentecoste, a todas as nações do mundo. De fato, a atividade missionária mundial da igreja e a presença da igreja na maioria das nações do mundo ou em todas elas mostra que o poder que Satanás tinha no Antigo Testamento de “enganar as nações” e mantê-las nas trevas acabou.

Na visão amilenista, argumenta-se que, como João viu as “almas” e não os corpos físicos no versículo 4, essa cena deve estar ocorrendo no céu. Quando o texto diz que “eles ressuscitaram”, não quer dizer que ressuscitaram fisicamente. Isso possivelmente significa que eles simplesmente “viveram”, já que o verbo no aoristo ezesan pode facilmente ser interpretado como a afirmação de um evento que ocorreu por um longo período de tempo. Alguns intérpretes amilenistas, no entanto, tomam o verbo ezesan como significando que “eles vieram à vida” no sentido de vir a uma existência celestial na presença de Cristo e começar a reinar com Ele do céu.

Conforme essa visão, a expressão “primeira ressurreição” (v. 5) refere-se a ir para o céu para estar com o Senhor. Essa não é uma ressurreição corporal, mas uma ida à presença do Senhor no céu. De modo semelhante, quando o versículo 5 diz que “o restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos”, isso é entendido como se eles não tivessem vindo à presença de Deus para juízo até o final dos mil anos. Assim, tanto no versículo 4 quanto no 5, a expressão “voltou a viver” significa ir para a presença de Deus. (Outra posição amilenista da “primeira ressurreição” é a que se refere à ressurreição de Cristo e à participação dos crentes na ressurreição de Cristo por meio da união com Ele).

2. O segundo argumento muitas vezes propostos em favor do amilenismo é o fato de que a Escritura ensina somente uma ressurreição, tanto os crentes como os descrentes serão levantados da morte, não duas ressurreições (a ressurreição de crentes antes de o milênio começar e a ressurreição de descrentes para o juízo após o fim do milênio). Esse é uma argumento importante, porque a posição pré-milenista requer duas ressurreições separada por um período de mil anos.

Evidência a favor de uma única ressurreição é encontrada em versículos como João 5:28-29, nos quais Jesus diz: “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados”. Aqui Jesus fala de uma única “hora” em que tantos crentes como descrentes mortos sairão de suas tumbas (ver também Daniel 12:2; Atos 24:15).

“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2)
“Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição tanto dos justos como dos injustos” (Atos 24:15)

3. A idéia de crentes glorificados e de pecadores vivendo na terra juntos é muito difícil de aceitar. Berkhof diz: “É impossível entender como uma parte da velha terra e da humanidade pecadora poderá coexistir com uma parte da nova terra e de uma humanidade já glorificada. Como poderão os santos em corpos glorificados ter comunhão com pecadores na carne? Como poderão os santos glorificados viver nesta atmosfera sobrecarregada de pecado e em cenário de morte e decadência?” [2].

4. Se Cristo vem em glória para reinar sobre a terra, então como as pessoas ainda poderiam persistir no pecado? Uma vez que Jesus esteja realmente presente em Seu corpo ressurreto e reinando como rei sobre a terra, não parece altamente improvável que pessoas ainda O rejeitem e que o mal e a rebelião ainda cresçam na terra até o ponto de finalmente Satanás reunir as nações para a batalha contra Cristo?

5. Em conclusão, os amilenistas dizem que a Escritura parece indicar que todos os eventos mais importantes que ainda estão por acontecer antes do estado eterno ocorrerão de uma só vez. Cristo vai retornar, haverá uma só ressurreição de crentes e descrentes, o juízo final acontecerá, e o novo céu e a nova terra serão estabelecidos. Então, entraremos imediatamente para o estado eterno, sem qualquer milênio futuro.

NOTAS:
[1] - Aqui estou seguindo amplamente a excelente discussão de Anthony A. Hoekema, na obra Milênio: significado e interpretações, Robert G. Clouse, org. (Editora Cultura Cristã), p. 141-170.
[2] - Teologia Sistemática, p. 658.

Fonte: Wayne Grudem, Teologia Sistemática, Editora Vida.

QUAL É A CONDIÇÃO DAS ALMAS NO CÉU E O QUE ESTÃO FAZENDO?

por William Hendriksen

Leia Apocalipse 7.9-17

1. Sua Condição

Nunca será suficiente o bastante enfatizar que os redimidos no céu, no momento entre sua morte terrena e sua completa ressurreição, não tenham contudo atingido a última glória. Eles estão vivendo no que geralmente é chamado de “o estado intermediário”, não contudo o estado final. Embora, certamente, eles estejam serenamente felizes, a felicidade delas não é contudo completa.

Sobre este assunto o Dr. H. Bavinck se expressa como segue (minha tradução):

“A condição do santificado no céu, embora sempre tão gloriosa, tem um caráter provisório, e isto por várias razões:

a. Eles estão agora no céu, e limitados a este céu, e não contudo em posse da terra que junto com o céu lhes foi prometida como uma herança.

b. Além disso, eles estão privados de um corpo, e esta existência incorpórea não é... um lucro, mas uma perda. Não é um acréscimo, mas uma diminuição do ser, visto que o corpo pertence à essência do homem.

c. E, finalmente, a parte nunca pode estar completa sem o todo. Somente se relacionando à comunhão de todos os santos que a abundância do amor de Cristo pode ser conhecida (Ef 3.18). Um grupo de crentes não pode ser aperfeiçoado sem o outro grupo (Hb 11.40)”. ( Gereformeerde Dogmatiek , terceira edição, Vol. 4, págs. 708, 709)
Nisto nós estamos de comum acordo. Mas isso não significa que entre este estado intermediário e o estado final (depois da ressurreição) há um intervalo completo, um total contraste. Pelo contrário, da mesma maneira que há em muitos aspectos imediatamente uma continuidade entre nossa vida aqui e nossa vida no céu após à morte (veja, por exemplo, João 11.26; Apocalipse 14.13), então também há continuidade entre aquele estado intermediário e o estado final. Estaria então definitivamente errado dizer à respeito dos símbolos das Escrituras que descrevem o estado final que estes não têm nada para nos falar à respeito do estado intermediário. A dourada Jerusalém realmente pertence ao futuro mas também ao presente, até onde este presente pressagie o futuro. (Esta é a posição que eu mantive em meu livro More Than Conquerors, an Interpretation of the Book of Revelation ; veja especialmente as páginas 238 e 243, a qual eu ainda apoio.)

Pensando nisto é então completamente legitimo usar Apocalipse 7.9-17 como base para um estudo sobre o estado intermediário.

Agora, muitas das características achadas aqui em Apocalipse 7 são de um caráter negativo. Nós aprendemos que os redimidos são libertos de todo provação e sofrimento, de toda forma de tentações e perseguição: nunca mais fome, sede, ou calor. Ainda, também há características positivas. O Cordeiro é o seu Pastor. O Cordeiro conduz o rebanho dele às fontes da água da vida. Esta água simboliza a vida eterna, a salvação. As fontes de água indicam a fonte da vida, para que através do Cordeiro os redimidos tenham uma comunhão eterna e ininterrupta com o Pai. Finalmente, o toque mais doce de tudo: “E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima”. Não só as lágrimas são enxugadas, ou até mesmo enxugadas fora ; eles são enxugados fora dos olhos, de forma que nada mais que alegria perfeita, felicidade, glória, doçura, comunhão, vida abundante, sobre. E o próprio Deus é o Autor desta perfeita salvação.

2. Sua Atividade

a. Eles descansam. Veja em Apocalipse 14.13. O corpo, certamente, está em repouso no sepulcro e espera o dia da ressurreição. Mas a alma agora descansa da competição da vida, do trabalho pesado, de se entristecer, da dor, de sua angústia mental e especialmente de seu pecado!

b. Eles vêem a face de Cristo. Veja em Apocalipse 22.4 (claro que, isto será verdade em uma sensação até mais completa após a ressurreição). Os olhos dos redimidos (sim, até mesmo as almas têm olhos; quem negará isto?) são dirigidos à Cristo, como a revelação da Trindade de Deus. Aqui nesta vida terrena nossos olhos são desviados freqüentemente para longe de Cristo. Desta forma, uma pessoa é lembrada como a famosa pintura de Goetze (“Menosprezado e Rejeitado dos Homens”) em qual você nota como todos os olhos são virados longe das dilacerações por lança e da coroa de espinhos do Salvador. Mas no céu nosso Senhor será o mesmo centro de interesse e atenção, porque ele será todo glorioso, e nós já não seremos egocêntricos. Nós não poderemos virar nossos olhos para longe dele.

c. Eles ouvem. Eles não ouvirão os coros gloriosos e hinos descritos no livro de Apocalipse? Cada um dos redimiram não ouvirá o que todos os outros redimidos, ou que os anjos, e o que Cristo lhes tem a falar?

d. Eles trabalham. “Os seus criados o servirão”. Haverá uma grande variedade de trabalho, como está claro em tais versículos como Mateus 25.21, e concluímos também em 1 Coríntios 15.41, 42. Será um trabalho feito com bom grado, alegremente. Não diga que este trabalho é impossível contanto que as almas estejam sem os seus corpos. Os anjos - que também não têm nenhum corpo - não são enviados para realizar tarefas?

e. Eles se regozijam. Porque toda tarefa os estará assim satisfazendo completamente e restaurando, os redimidos cantam enquanto trabalham. Este canto também irá, obviamente, ser diferente após a ressurreição. Ainda assim, não é possível para almas louvar Deus? Não é possível para os redimidos terem “hinos em seus corações?” Além disso, eles entraram “na alegria de seu Senhor !”

f. Eles vivem. Até mesmo durante o estado intermediário o redimido realmente está vivo. Eles não estão sonhando. Nós não devemos conceber estas almas como sombras silenciosas que deslizam por ai. Não, eles vivem e regozijam em uma comunhão abundante e glorioso (sobre qual nós esperamos dizer mais tarde, no capítulo 13). Além disso, é com Cristo que eles vivem. Onde quer que você o ache, você os achará. Tudo que ele faz eles fazem (até onde para eles é possível fazer). Tudo que ele tem, ele compartilha com eles. Se você deseja provas veja em Apocalipse 3.12; 3.21; 4.4; cf. 14.14; 14.1; 19.11; cf. 19.14; 20.4.

g. Eles reinam . Eles compartilham com Cristo em sua glória real.


Fonte: A Vida Futura Segundo A Bíblia, William Hendriksen, Editora Cultura Cristã.

CASTIGO ETERNO

por Rev. Ronald Hanko

Cremos no castigo eterno, que aqueles que não se arrependem do pecado e crêem em Jesus Cristo para salvação, sofrerão tormento eterno no lugar chamado Inferno.
Por que cremos em algo tão terrível?

(1) A Bíblia ensina claramente isso. Mateus 25:46 diz: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”. Apocalipse 14:11 diz: “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite…”.
(2) A justiça de Deus demanda tal coisa. Todos os homens estão num estado de rebelião contra Deus, como é evidente a partir disso: que a vasta maioria deles não se importa com Ele ou com a Sua Palavra. Nada menos que o castigo é a justa retribuição para tal pecado contra o Altíssimo Deus, Aquele que nos criou.
(3) Mediante uma negação do castigo eterno, afirmar-se por implicação que a cruz e a morte de Jesus Cristo não têm nenhum efeito, visto que não há nada do que os pecadores precisam ser salvos, nem qualquer necessidade de salvá-los se não estiverem no caminho para o Inferno. Sem Inferno, portanto, o mandamento do Evangelho para se arrepender ou perecer não é mais verdadeiro, nem existe qualquer necessidade ou urgência de se arrepender e crer no Evangelho. Talvez você seja um daqueles que não crêem no Inferno, nem em Jesus Cristo. A Bíblia fala do Inferno, então, não para apavorá-lo, mas para
alertá-lo (2 Coríntios 5:11), e mostrar-lhe o porquê você precisa crer nEle.

Ninguém teme a aniquilação ou uma vida após a morte sem sofrimento eterno. Um ateísta famoso certa vez disse: “Há uma coisa que arruína todos os prazeres da minha vida… temo que a Bíblia seja verdadeira. Se pudesse saber com certeza que a morte é um sono eterno, eu seria feliz – minha alegria seria completa. Mas… se a Bíblia for verdadeira, estou
perdido para sempre. Toda esperança se foi, e estou perdido para sempre.” Você se sente dessa forma?

Mas talvez eterno não signifique na realidade “para sempre e sempre”. Claro que sim! Em Mateus 25:46 a mesma palavra é usada para descrever tanto o tormento dos ímpios no Inferno, como a bem-aventurança dos justos no Céu. Se o Inferno e o seu castigo não são
eternos, então o Céu e a sua felicidade também não o são.

Portanto, ninguém que creia no Céu deveria negar o Inferno. Todavia, muitos negam, mesmo entre aqueles que alegam crer na Bíblia. O que costumava ser característico das seitas é agora característico de muitos cristãos. Por exemplo, a New Internacional Version, a Bíblia de muitos cristãos evangélicos, eliminou completamente todas as referências a Inferno do Antigo Testamento e quase as eliminou do Novo Testamento também. Isso é uma lástima, mas não muda o testemunho da Bíblia.

Perguntaremos, portanto, o que você pensa do ensino da Bíblia sobre esse assunto. Você crê no que Deus diz em Sua Palavra sobre aquele terrível lugar chamado Inferno? Se não, por favor, considere que suas crenças colocam-no no perigo de ir parar lá. Negar o Inferno ou o castigo eterno é negar o ensino claro da Bíblia. Negar o claro ensino da Bíblia é ser um mentiroso (1 João 2:22), e nenhum mentiroso entrará no reino do céu (Apocalipse 21:27).

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Fonte: http://www.cprf.co.uk/

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ATRAVÉS DA FÉ SOMENTE

por John W. Robbins

Um homem é justificado pela fé sem as obras da lei (Romanos 3:28).

“Pela fé somente” foi o moto da Reforma Protestante no século dezesseis. Ele era radical e ainda é radical da mesma forma agora. Ele não significa quietismo, isto é: “Deixe Cristo viver a vida vitoriosa em você”. Nem significa a indolência negligente do ‘não-faça-nadismo' espiritual. A Reforma foi revolucionária. “A fé somente” não era o slogan de uma piedade delicada e enclausurada. Ela foi o grito de batalha de um movimento que virou o mundo de cabeça para baixo.

O que “a fé somente” significa? “A fé somente” é a confissão de que tudo o que é necessário para a nossa aceitação diante de Deus foi realizado pelo próprio Deus em Jesus Cristo. É um reconhecimento de que o próprio Cristo, em nosso nome e em nosso favor, cumpriu todas as obrigações diante do tribunal da justiça eterna. Esse ato redentor foi tão completo e perfeito que não podemos e não precisamos adicionar nada a ele. “A fé somente” significa que não podemos contribuir em nada para a nossa salvação, mas que devemos nos submeter ao que Deus já fez — plena e completamente.

“A fé somente” não significa que a própria fé em si nos fará agradáveis e aceitáveis a Deus. Somente um é justo. Somente um é agradável. “A fé somente” é uma confissão de que a obra salvadora de Deus foi realizada completamente fora de nossa experiência. Há alguns que admitirão que somente Deus salva, mas eles imaginam que essa obra salvadora é realizada dentro deles. Mas a fé sempre é direcionada para a ação de Deus fora-de-mim, em Jesus Cristo. Como John Bunyan escreveu: “Ela é a justiça que reside com uma pessoa no Céu que me justiça, um pecador, sobre a Terra”. O livro de Apocalipse mostra que o progresso da causa de Cristo depende da ação de Cristo no controle do universo. Somente ele pode mover a história em direção de sua grande consumação. Somente ele deve trazer salvação àqueles que avidamente esperam por ele (Hebreus 9:28). “A fé somente” é, portanto, uma confissão de que a salvação foi ganha pelos atos poderosos e conquistadores nos quais não temos nenhuma participação.

“A fé somente” é uma confissão de que a nossa justiça não está em nós, mas em Jesus Cristo, à destra de Deus. Ela significa que continuamente confessamos que somos pecadores e que não temos nenhuma justiça para nos justificar, salvo aquela que é fora de nós na pessoa do nosso mediador. Isso significa que a vida não é cumprida aqui e agora nesse processo histórico. Sabemos que tudo o que fazemos é indigno. Nossas melhoras obras, quando testadas pelo esplendor nítido da lei de Deus, não são melhores do que trapos de imundícia. Note que Isaías diz que toda a nossa “justiça” — não nossa “injustiça” — são trapos de imundícia.

Nós nunca somos justos diante de Deus em virtude de termos nascido de novo, ou por sermos cheios do Espírito, ou por vivermos em nova obediência, ou pelos atos de “entrega” ou “confiança”. A verdade da “fé somente” é um grande NÃO contra as aspirações do humanismo, Romanismo, Pentecostalismo, neo-evangelicalismo, Arminianismo, Wesleyanismo, e todos os outros –ismos que prometem o cumprimento das exigências de Deus através da experiência interna e terrena. “A fé somente” diz: “Nossa plenitude é realizada somente nele” (Colossenses 2:10). “A fé somente” significa que adimitimos nossa destituição. Confessamos diante da justiça que não temos como pagar a nossa dívida.

“A fé somente” significa que chegamos a Deus confiando em seu amor, misericórdia e perdão. “A fé somente” é uma humilhação do homem no pó, uma dependência de Deus para fazer por nós o que não podemos fazer por nós mesmos. Nada esvazia um homem como “a fé somente”. Essa é a razão pela qual somos cheios com o Espírito pela fé (Gálatas 3:14). Que nunca falemos da fé mais a auto-crucificação, mas da fé como auto-crucificação. “A fé somente” é a fonte de toda verdadeira obediência. O primeiro mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de mim”. Em seu Catecismo, Martinho Lutero diz:

Um Deus é aquele a quem procuramos para todo o bem e a quem recorremos por ajuda em todo tempo de necessidade; ter um Deus é simplesmente confiar e crer em alguém de todo o nosso coração... Se sua fé e confiança são corretas, então da mesma forma seu Deus é o Deus verdadeiro. Por outro lado, se sua confiança é falsa, se ela é errada, então você não tem o Deus verdadeiro... Eu digo, não importa no que o seu coração.... confie que seja realmente o seu Deus... Se o coração está corretamente disposto para com Deus e esse mandamento é cumprido, a obediência ao restante se seguirá por si mesma..


“A fé somente” liberta um homem para uma vida de boas obras. Por outro lado, quando um homem falha em entender o Evangelho e a lei, ele trabalha em vão e gasta suas forças por nada. Seu esforço é direcionado para fazer o que somente Deus pode fazer. No fundo do coração, toda alma é consciente da necessidade de ser correta diante de Deus. Mas a justificação é uma grande obra que somente Deus pode fazer. Quando um homem cegamente gasta suas forças e se esforça para fazer a obra de Deus, ele não pode conhecer a sua própria obra. Quando ele trabalha com seus dedos até esses ficarem só o osso, tentando se salvar, ele não pode amar seu próximo, pois ele não tem tempo para ele. “A alma liberta da ansiedade sobre si mesma está livre para exercer preocupação com os outros. O coração é despreocupado de si mesmo para se empenhar na salvação daqueles ao seu redor” (W. H. Griffith-Thomas, The Principles of Theology: An Introduction to the Thirty-nine Articles [London: Church Book Room Press, 1956], 194). Isso é muito diferente da falsa religião que remove toda urgência da ação ética. “A fé somente” coloca um homem para trabalhar para Deus como nada mais poderia. Ela não é um ópio para fazer um cristão dormir, mas um estimulando para colocá-lo em ação. “A fé somente” é poderosa. O que a torna poderosa é seu objeto poderoso. Como João o Batista, ela aponta para fora de si mesma, para o Cordeiro de Deus, que é o único que tira o pecado do mundo.


Extensivamente revisado e adaptado de Present Truth, uma revista extinta.

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 05 de Outubro de 2005.


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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

OS FILHOS DE DEUS E A CULTURA POPULAR

por Mauro Meister

Quando Deus determinou criar a raça humana, ele estabeleceu alguns propósitos e parâmetros para um bom relacionamento entre criador e criatura. Esses propósitos e parâmetros são descritos pela Bíblia e por nossa teologia na forma de uma aliança. Deus fez uma aliança com a criatura e estabeleceu pelo menos três diferentes mandatos para a humanidade: o mandato espiritual (seu relacionamento com o Criador), o mandato social (seu relacionamento em família) e o mandato cultural (seu relacionamento com a sociedade). Não estarei surpreendendo ninguém se disser que quebramos os três! O homem negou seu Criador, desobedecendo suas ordens, quebrou os seus elos familiares com mentiras, acusações e esquivando-se de suas responsabilidades (Adão e Eva - marido e esposa - Caim e Abel -irmãos) e desenvolveu o mandato cultural da pior forma possível (poligamia, assassinato, brutalidade, etc.). Por curiosidade, verifique Gênesis 4:17-23. Coisas boas aconteceram, mas as ruins... prevaleceram.

Este artigo vai tratar do problema da quebra do terceiro mandato – o cultural. Como os cristãos podem e devem relacionar-se com o que tem acontecido no nosso mundo? Quais devem ser os nossos limites e a nossa influência na cultura em que vivemos? O que de fato tem acontecido com os cristãos na modernidade?

É fundamental que, antes de mais nada, o cristão conheça a sua cidadania: “Eles continuam no mundo... Eles não são do mundo...” (João 17:11,16). Nós somos cidadãos dos céus, mas as nossas passagens para lá ainda não chegaram, e enquanto estamos aqui temos muito o que fazer, sem no entanto esquecermos que somos de lá. O problema é que além de sermos muitos parecidos com o pessoal do lado de cá, muitas vezes nos deixamos influenciar com os erros do mundo, desobedecendo o mandato cultural.

Observando o que acontece nos Estados Unidos, de onde as missões que nos trouxeram o evangelho saíram, pode-se observar como as coisas estão se deteriorando rapidamente, e mais rápido ainda, chegando aqui. Ao contrário do nosso Brasil, os Estados Unidos nasceram de ideais religiosos, recebendo forte influência da Palavra de Deus. Hoje é proibido falar em Deus nas escolas públicas (professores que por ventura o façam correm o risco de ser demitidos); o mesmo povo que luta por salvar as baleias (o que se deve fazer), luta pela legalização do aborto e igualdade para os homossexuais (algo semelhante acontecendo no Brasil em 1997/98?). Onde chegamos!? Ora, estes são apenas exemplos dos extremos. Muitas coisas bem pequeninas tem influenciado comunidades inteiras de cristãos (estou falando de verdadeiros cristãos e não dos que apenas se chamam assim), e essas pequenas influências vão se tornando imensos tropeços. Por favor não me entenda mal. Não estou defendendo nenhum isolacionismo cristão (a história já comprovou que os monastérios não funcionam). Isto é errado. Mas penso que os cristãos precisam conhecer melhor o terreno em que estão pisando.

Como esta influência nos assalta? Já que nos livramos dos perigos de imperadores malucos como Nero e de ameaças terríveis como o Coliseu (a propósito, não há evidências claras de que cristãos tenham morrido no Coliseu), como livrar-nos da má influência cultural? (por favor, não é livrar-se da cultura, mas do que é podre nela). Em primeiro lugar, entendendo-a (devo estas idéias ao Dr. Kenneth Meyer em seu livro All God's Children and Blue Suede Shoes [“Todos os Filhos de Deus e Sapatos Azuis de Veludo” esta última parte referindo-se a uma música muito popular cantada por Elvis Presley] e ao Dr. David Wells, preletor no Francis Schaeffer Institute, Covenant Theological Seminary, Saint Louis, EUA, em setembro de 1992).

O grande problema que temos ao enfrentar a chamada “cultura popular” é que na verdade somos moldados por ela, não só naquilo que pensamos e sentimos, mas na forma como pensamos e sentimos. Como isso aconteceu?

Primeiro, filosoficamente. O fato é que os “grandes filósofos” conseguiram destruir toda a base para que o homem continue crendo em verdades absolutas. Tudo é relativo tudo é meia-verdade (não meia-mentira). Nos meios sociais a idéia de "contar uma mentirinha de vez em quando" é muito comum, afinal, foi por uma boa causa, não é mesmo? A cultura moderna apresenta um boa oportunidade para muitos aproveitarem e serem 'meio-cristãos' (precisamos urgentemente de uma teologia da meia-salvação, se é que já não inventaram). Portanto, nosso primeiro grande problema diante da cultura popular é a relativização da verdade.

Em segundo lugar, a cultura popular especializou-se em oferecer-nos gratificação instantânea (depois da Polaroid, o que falta inventar - lembranças eternas reveladas instantaneamente - nem acabamos de viver o momento e já o trocamos pela foto). Nós, cristãos modernos, estamos mergulhados na nossa cultura sem perceber o que de mal ela pode nos fazer. Faça um auto-teste de QCP (Quociente de Cultura Popular).

Se você for comprar uma TV, você prefere com controle ou sem controle? Se for fazer compras, qual a loja lhe chama mais a atenção, a loja com entrega imediata ou sem entrega imediata? Se for a um restaurante, prefere um com bufê ou aquele demorado a la carte? O telefone, sem fio ou com fio? (eu sempre preferi os primeiros). Faça as contas de quantos aparelhos de TV, rádios, gravadores, vídeo cassetes, CDs, PCs, Fax, telefones e demais controles remotos você tem em casa. Por aí dá prá se tirar uma idéia. O ter estas coisas todas não é o mal, deixar que elas moldem seus desejos é muito ruim. Se eu posso ter isto imediatamente, por que deixar para amanhã? (a mesma idéia da cultura inflacionária). Ora, tudo isto que a cultura Pop nos oferece matou outros valores que certamente demandam mais tempo. Por exemplo, por que perder tempo lendo um livro se eu posso ver o filme? E o pior, por que fazer algo que demanda da minha mente se eu tenho quem pensa por mim?

Aqui está, creio eu, o grande perigo para todos os cristãos com alto QCP. A cultura popular não só se especializou em gratificação imediata como também em moldar a mente daquele a quem gratifica. Ela lhe diz o que é bom e você perde o direito de pensar e analisar o que é realmente bom e agrada a Deus.

A cultura da gratificação instantânea invadiu a igreja! Esta foi a última arma do inimigo para destruir os filhos de Deus, e tem funcionado bem. Já há algum tempo temos as igrejas instantâneas, os crentes instantâneos, as curas instantâneas, líderes instantâneos, tudo instantâneo. Nada pode esperar, e tudo tem que ser como eu quero. As conseqüências são óbvias: não só a igreja tem que ser como eu a quero, com todo o tipo de gratificação instantânea que a cultura popular oferece, mas o Deus desta igreja tem que ser também moldado à imagem e semelhança da minha cultura. Não é de se admirar que o nosso povo ande tão confuso.

Não sei se este artigo vai ajudá-lo a entender um pouco de si mesmo e das coisas que lhe cercam. Porém recomendo: não espere entender tudo instantaneamente... Prá terminar, posso dizer que as respostas a estes problemas todos não aparecem instantaneamente, mas somente quando observamos as palavras de Paulo em Romanos 12:2 - “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/. Exerça seu Cristianismo: se vai usar nosso material, cite o autor, o tradutor (quando for o caso), a editora (quando for o caso) e o nosso endereço. Contudo, ao invés de copiar o artigo, preferimos que seja feito apenas um link para o mesmo, exceto quando em circulações via e-mail.

IPB MANIFESTA-SE A RESPEITO DAS LEIS SOBRE O ABORTO E A HOMOFOBIA

Presidente do Supremo Concílio, rev. Roberto Brasileiro publica artigo com a posição da denominação frente a assuntos que estão mobilizando o país.

Na qualidade de Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, diante do momento atual em que as forças organizadas da sociedade manifestam sua preocupação com a possibilidade da aprovação de leis que venham labutar contra a santidade da vida e a cercear a liberdade constitucional de expressão das igrejas brasileiras de todas as orientações, venho a público me MANIFESTAR quanto à prática do aborto e a criminalização da homofobia.

I – Quanto à prática do aborto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reconhece que muitos problemas são causados pela prática clandestina de abortos, causando a morte de muitas mulheres jovens e adultas. Todavia, entende que a legalização do aborto não solucionará o problema, pois o mesmo é causado basicamente pela falta de educação adequada na área sexual, a exploração do turismo sexual, a falta de controle da natalidade, a banalização da vida, a decadência dos valores morais e a desvalorização do casamento e da família.

Visto que: (1) Deus é o Criador de todas as coisas e, como tal, somente Ele tem direito sobre as nossas vidas; (2) ao ser formado o ovo (novo ser), este já está com todos os caracteres de um ser humano e que existem diferenças marcantes entre a mulher e o feto; (3) os direitos da mulher não podem ser exercidos em detrimento dos direitos do novo ser; (4) o nascituro tem direitos assegurados pela Lei Civil brasileira e sua morte não irá corrigir os males já causados no estupro e nem solucionará a maternidade ilegítima.
Por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a legalização do aborto, com exceção do aborto terapêutico, quando não houver outro meio de salvar a vida da gestante.

II – Quanto à chamada Lei da Homofobia, que parte do princípio que toda manifestação contrária à homossexualidade é homofóbica e caracteriza como crime essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre a homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna, em 1988, já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “(...). desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1 Coríntios 6.9-11).

Ante ao exposto, por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada Lei da Homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática da homossexualidade não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas as orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil não pode abrir mão do seu legítimo direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo.

Patrocínio, Minas Gerais, abril de 2007 AD.

Rev. Roberto Brasileiro
Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil

QUEM É O CULPADO PELA HOMOSSEXUALIDADE?

Rev. Angus Stewart

Algumas pessoas sugerem perversamente que o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo é “culpado” pela homossexualidade. “Culpado” requer transgressão da lei, e, portanto, culpa, mas o Todo-Poderoso não pode pecar ou mesmo ser tentado ao pecado. Todos os caminhos de Jeová são “justos e retos”, pois “Deus é a verdade, e não há nele injustiça” (Deuteronômio 32:4). Assim, a Escritura, com retórica e indignação, pergunta “Ó homem, quem és tu, que a Deus replicas?” (Romanos 9:20).

Deus criou o homem santo e reto, e fez todas as coisas “muito boas” no início (Gênesis 1:31), incluindo a criação da nobre instituição do casamento entre um homem e uma mulher para a vida (Gênesis 2:24; Mateus 19:4-6; Hebreus 13:4). No entanto, como disse Salomão, “Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias” (Eclesiastes 7:29), incluindo pornografia, fornicação, adultério, estupro, bestialidade, pedofilia, sodomia e lesbianismo. Paulo, um apóstolo de Jesus Cristo, fala acerca das “paixões infames” do lesbianismo (“até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza”) e da sodomia (“semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro”) (Romanos 1:26-27).

O Catecismo Maior de Westminster da Igreja Presbiteriana cita versículos como prova de que “a sodomia e todas as paixões infames” estão entre aqueles “pecados proibidos no sétimo mandamento” (P & R 139). Tão longe está Deus de ser “culpado” pela homossexualidade que Ele culpa aqueles acusados pelas suas “paixões infames” e torpeza (Romanos 1:26-27) e os pune. No entanto, não apenas os homossexuais receberão “o julgamento de Deus”; idólatras, inventores de males, caluniadores, soberbos, murmuradores, detratores, desobedientes aos pais e às mães, presunçosos, enganosos, avarentos, invejosos,
cheios de malignidade etc., também estão debaixo “da ira de Deus” (Romanos 1:18-32).

Felizmente as Escrituras nos revelam a justiça perfeita de outro, o Filho de Deus encarnado, que é imputada à nossa conta mediante a fé. O evangelho de Cristo “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê”, incluindo o homossexual arrependido (Romanos 1:16-17).

Tradução de Marcelo Herberts

HOMOSSEXUALIDADE

Rev. Ronald Hanko

Não é difícil crer que tem havido por muitos anos uma campanha organizada no governo e na mídia para promover um “entendimento” da homossexualidade. Dessa forma, a homossexualidade tem se tornado mais e mais aceita como algo “normal” em nossa sociedade. Mesmo a igreja tem, de modo geral, se rendido nessa questão. Que a homossexualidade é aceita na sociedade e na igreja, contudo, não significa que ela é aceitável a Deus. A Bíblia fala claramente sobre a homossexualidade. E visto que a Bíblia é a Palavra de Deus, toda discussão deve começar e terminar com o que a Bíblia diz. Você sabe o que a Bíblia diz?

A Bíblia diz claramente que a homossexualidade é pecado. Alguns podem não concordar com o que a Bíblia diz, mas não pode haver dúvida que isso é o que ela ensina. O livro de Romanos, capítulo 1, versículos 26-32, por exemplo, chama a homossexualidade de uma afeição “infame” e fala dela como algo que é “contrário à natureza” – algo que Deus julgará.
Todos os argumentos de que a homossexualidade é genética, de forma que uma pessoa não pode fazer nada sobre isso, não mudam o que Deus diz em Sua Palavra. Nem podem os cristãos que crêem na Bíblia ficar em silêncio sobre o que a Palavra de Deus diz, mesmo que a questão toda seja altamente carregada de emoção e política.

Porque a homossexualidade é pecado, a mesma coloca homens e mulheres debaixo da ira de Deus e em perigo dos Seus julgamentos. O mesmo capítulo e versículos de Romanos já mencionados nos dizem que o julgamento de Deus contra a homossexualidade e outros pecados é esse: aqueles que cometem tais pecados são dignos de morte. Condenar a homossexualidade como pecado, contudo, não é excluir os homossexuais praticantes e aqueles que lutam com desejos homossexuais de qualquer esperança de salvação. A homossexualidade não é o pecado imperdoável. O sacrifício e morte de Jesus Cristo são a ajuda e esperança de todos os pecadores que se arrependem.

No livro de 1Coríntios, capítulo 6, versículos 9-11, a Bíblia diz o seguinte de alguns membros da igreja: “Tais fostes alguns de vós”. Mas diz também: “mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. Estamos mais interessados, portanto, que aqueles que estão envolvidos nesses pecados sejam chamados ao arrependimento e confissão de pecado diante de Deus. Possam aqueles que estão envolvidos em tais pecados, dizerem pela graça de Deus: “Tais fomos alguns de nós, mas fomos lavados e santificados”.

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Extraido de: www.monergismo.com.br

terça-feira, 27 de julho de 2010

QUATRO COISAS QUE TORNA O CRENTE UMA PESSOA MAIS DO QUE FELIZ

Texto: SALMO 1

INTRODUÇÃO
- O que precisamos fazer para sermos felizes? Muitas pessoas pensam e ensinam, que a felicidade depende do que possuímos, será que isso é verdade? Será que a verdadeira felicidade depende do valor monetário que temos no Banco,das mansões que possuimos, das impresas que administramos, dos carrões que temos em nossa garagem, como muitos pregadores da "teologia da prosperidade" afirmam? Será que o falecido brasileiro que recentemente tirou sozinho mais de 50 milhões de reais encontrou a verdadeira felicidade? Será que um jogador de futebol que ganha aproximadamente entre cinco a seis milhões de dólares por ano tem a verdadeira felicidade? O que precisamos fazer para sermos felizes?
E.T - Existe neste Salmo, uma diferença progressiva entre o crente e o ímpio. Tudo se resume assim: O ímpio se acha feliz por aquilo que possui, mas o homem temente a Deus é feliz por aquilo que ele é:
1. Diferentemente do que alguns pensam e ensinam, a felicidade depende do que eu sou, e não do que tenho. Ser em lugar de ter é um dos ensinos principais das Escrituras.
A.T - O ímpio se acha feliz por aquilo que faz para si próprio, por sua vez, o crente é feliz por aquilo que faz para agradar a Deus!
S.T – Podemos observar isso de acordo como nos mostra o Salmo 1:

I. O CRENTE VERDADEIRO NÃO ANDA SEGUNDO O CONSELHO (OPINIÕES) DOS IMPIOS.
(a). Não andar segundo o conselho dos ímpios, significa dizer que o crente verdadeiro não adota os princípios mundanos, e nem a conduta dos incrédulos.
1. Um verdadeiro cristão não pode ser influenciado por pessoas que não temam o Deus Bendito.
a. O ímpio, em geral, é alguém que conhecemos, em casa ou no trabalho, mas que é insensato, que não quer nada com Deus. Por isso: "diz o insensato em seu coração: não há Deus; corrompem-se e praticam iniqüidade" (Sl 53.1). Esse tipo de pessoa, por mais amável que seja, nunca dará bom conselho a ninguém, pois ele mesmo anda em maus caminhos.
2. Um verdadeiro cristão que conhece o Deus que é extremamente Santo não vive segundo o padrão moral de vida dos incrédulos.
a. Porque todos que um dia se depararam com a santidade Deus tiveram suas vidas transformadas e influenciadas por ela - Is. 6: 5; Lc. 5: 8; Ap. 1: 17
i. Por isso o nosso padrão moral de vida deve ser a santidade de Deus, porque ele diz: Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo – Lv. 11: 44.
3. Um verdadeiro cristão não aceita conselhos de pessoas que o induzirão a pecar contra o Senhor.
a. Pv 12.5 diz: Os pensamentos do justo são retos, mas os conselhos do perverso, engano.
4. Um verdadeiro cristão anda sempre em direção oposta ao "curso deste mundo" (Ef 2.2)
a. É bom que fique claro que estamos no mundo, mas não somos do mundo.
5. Um verdadeiro cristão anda segundo o conselho de Deus por meio do Espírito Santo.
a. Porque o conselho do Senhor dura para sempre - Sl 33.11
b. Porque se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito - Gl 5.25

II. O CRENTE VERDADEIRO NÃO SE DETÉM NO CAMINHO (DÁ VIDA PRÁTICA) DOS PECADORES.
(a). Não se deter no caminho dos pecadores, significa não parar para dá uma olhada.
1. O caminho dos pecadores envolve prazeres e negócios ilícitos, que levam ao vício ou à corrupção. É importante passar adiante ou passar de longe. Significa também que o crente deve fugir da agenda dos insensatos.
a. Não pare, nem se distraia.
b. Não imite as suas práticas carnais.
2. O crente é luz e a luz brilha nas trevas
a. Quanto a isso o apostolo Paulo escreveu o seguinte: “Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade, provando sempre o que é agradável ao Senhor” – Ef. 5:7-10
3. O crente não pode se embaraçar com as coisas desta vida
a. Devemos nos desembaraçar de todo pecado que fortemente nos assedia, corramos com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus.. - Hb 12.1-2.
b. Quando alguém começa a se envolver com as práticas comuns aos ímpios, é porque se deteve naquilo que o levará conseqüentemente à destruição.
(b). Não se deter no caminho dos pecadores, também significa evitar situações que possam comprometer sua vida cristã, uma vez que nós não podemos nos deter em qualquer lugar. Martinho Lutero disse: “o deus de um homem é aquilo que ele ama.”; João diz: “não ameis o mundo, nem o que no mundo há, se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele.” (1Jo. 2.15). Que o mudo não exerça influencia em nossas vidas.

III. O CRENTE VERDADEIRO NÃO SE ASSENTA NA RODA DOS ESCARNECEDORES
(a). Não se assentar na roda dos escarnecedores, significa não ter comunhão com pessoas que não compartilham da nossa fé.
1. Temos que evitar certos ambientes, onde já sabemos que haverá pessoas que zombarão da nossa fé.
a. Ex: Lc 22.55 nos diz que Pedro dá um passo rumo ao fracasso quando se afasta de Cristo e se aproxima de seus inimigos na casa do sumo sacerdote. Pedro assentou-se na roda dos escarnecedores. Tornou-se um com eles. Misturou-se com gente que escarnecia de Cristo. Colocou uma máscara e tornou-se um discípulo disfarçado no território do inimigo. Sua mistura com o mundo custou-lhe caro, pois foi nesse terreno escorregadio que sua máscara foi arrancada e sua queda tornou-se mais vergonhosa.
2. Não devemos fazer parte de uma comunidade de escarnecedores, que zombam e brincam com Deus, porque de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará - Gl. 6: 7
3. É necessário vivermos em constante estado de alerta, senão, de repente, por alguma distração, podemos nos ver assentados com zombadores, participando de suas brincadeiras de mau gosto.
4. Quem ouvir os sábios conselhos da Palavra de Deus, evitará estar assentado na roda dos escarnecedores, se deliciando com suas piadas imorais.
a. Pv 4.10-12 diz: “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida. No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar. Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos; se correres, não tropeçarás.”
(b). Não se assentar não significa isolamento total.
a. Não temos que nos isolar das pessoas e dos nossos amigos que não são crentes; pois se assim o fizermos quem irá falar do amor de Deus para eles. Não há ninguém melhor do que nós, amigos já convertidos, para levá-los a presença de Deus. Porém, temos que tomar cuidado com certos tipos de pessoas que não respeitam a nossa fé.

IV. O CRENTE VERDADEIRO TEM SEU PRAZER NA LEI DO SENHOR
(a). O crente verdadeiro se refugia de dia e noite na Lei do Senhor. Não raramente, mas diligentemente e constantemente. Ele tem uma fome insaciavél pela Lei do Senhor. Ele ama a Lei do Senhor.
1. Lei aqui é um sinônimo da Palavra de Deus (Js. 1: 7; 2Rs. 17: 13; 21: 8)
a. O crente considera constantemente a Palavra de Deus como regra de suas atitudes, a fonte de seu consolo; ele tem a Palavra do Senhor de dia e de noite em seus pensamentos, para que não venha andar como os gentios, na vaidade de seus proprios pensamentos - Ef. 4: 17
b. A palavra de Deus é o estrumento que forja o carater do crente
c. È por meio da palavra de Deus que o crente cresce, mediante a aceitação obediente aos seus ensinos, que exprimem a vontade de Deus.
d. A Escritura como um banquete refresca a alma do crente.
i. “Ela o satifaz com visões de Deus como sendo o seu proprio Deus. Cristo como seu proprio Salvador; o Espírito como seu guia, Santificador e Confortador; o céu como seu lar eterno; e todas as coias ordenadas para o seu bem-estar” – Henry Law

APLICAÇÃO – Todos que se deleitam na Lei de Deus são bem sucedidos como uma árvore frutiferá e florescente. Seu fruto aparecerá no tempo apropriado, não necessariamente de imediato, e sua saúde espiritual geral representada pelas folhas, será boa. O fruto que um cristão produz é primeiramente um carater transformado e uma conduta piedosa (Gl. 5: 22-23). Por meio da Lei do Senhor, a vida do crente é enriquecida e assim ele se torna um canal de benção para os outros. Beneficiando os outros através do seu exemplo de vida e com suas boas obras que glorificam a Deus - 1Pe. 2: 12

CONCLUSÃO
Observem que o caminho do pecado sempre vai piorando: a pessoa ANDA no conselho dos ímpios, se DETÉM no caminho dos pecadores e finalmente se ASSENTA na roda dos escarnecedores. Mas o verdadeiro crente se mantém distante:
1. Ele não anda segundo o conselho (opiniões) dos impios.
2. Ele não se detém no caminho (dá vida prática) dos pecadores.
3. Ele não se assenta na roda dos escarnecedores
4. Ele tem seu prazer na Lei do Senhor
È por isso que podemos afirmar que o crentre verdadeiro é uma pessoa mais do que feliz, porque ele é diferente do ímpio em seu comportamento e objetivos. Você se acha uma pessoa mais do que feliz? Se estiveres andando no caminho dos justos certamente que sim, mas se não, por mais que você se ache feliz, porque possui alguma coisa, lembrem-se que alguns pensam e ensinam que a felicidade depende do que você tem, mas as Escrituras nos ensinam o contrario, que a verdadeira felicidade vem daquilo que nós somos e não daquilo que possuímos. Quem você é? Um ímpio ou um justo? Feliz porque tem, ou feliz porque é?

Mensagem ministrada na Igreja Presbiteriana de Picuí, pelo Rev. Edvaldo Miranda.

O CULTO QUE NÃO CULTUA A DEUS

Por Pr. José Santana Dória

Por vezes pensamos que não há nenhuma dificuldade ou problema com respeito à liturgia utilizada nos cultos dos nossos dias, pois achamos que tudo aquilo que se está oferecendo a Deus, Ele aceitará, desde que seja feito com sinceridade e zelo. Este falso entendimento mostra que somos uma geração ignorante quanto a forma bíblica de cultuar a Deus. Não nos ocorre que Deus estabeleceu para o culto coisas que lhe agradam, e explicitou outras que não lhe agradam. Portanto, se quisermos que nosso culto seja aceitável precisamos submetê-lo a revelação divina. Se a Palavra de Deus aprovar, podemos ficar tranqüilos e perseverar em nossa atitude. No entanto, se ela desaprovar, humildemente devemos reconhecer diante de Deus o nosso erro e retornar ao princípio bíblico que Deus estabeleceu. Ele espera isso de todos nós.

Não podemos esquecer, que mesmo quando o verdadeiro Deus é adorado, podem existir problemas que tornam está adoração desagradável e mesmo inaceitável para Ele. Isto é o que podemos chamar de “cultuar de forma errada o Deus verdadeiro ou praticar o culto que não cultua a Deus”. Existem formas de culto que em vez de agradar a Deus o entristece: “as vossas solenidades, a minha alma aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer” (Is.1:14).

De acordo com Isaías 1:10-17, a maior queixa contra o povo é que este desobedecia continua e abertamente ao Senhor, mas continuava a lhe oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como se nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da terra. Deus diz que aquilo era abominável (v.13), porque ele não podia “suportar a iniqüidade associada ao ajuntamento solene”. O povo vinha até a presença de Deus, cultuava mas não mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de pecados e sem arrependimento, pensando, talvez, que bastava cumprir os rituais e tudo estaria resolvido. Esse povo aparentemente participava com animação de todos os trabalhos religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda era um povo muito dado à oração. Uma oração altamente emotiva, pois eles “estendiam as mãos” e “multiplicavam as orações” (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma ouviria, pois eram mãos contaminadas e , certamente, orações vazias. Eram hipócritas.

O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías, dizendo: “este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu...” (Is.29:13). Ou seja, o que está nos lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas. No fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O resultado final, é que o formalismo, associado à corrupção doutrinária, produzira um tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a Deus. Infelizmente, esse é o tipo de culto que temos atualmente em grande parte das igrejas cristãs, um culto mecânico que desonra Deus, pois, não demonstra amá-Lo de todo coração, de toda alma, com todas as forças e com todo entendimento (Lc.10:27). Com propriedade, podemos dizer que esse é um culto que não cultua a Deus. Jamais podemos nos esquecer que qualquer tipo de adoração não serve para Deus. Há maneiras corretas e outras erradas de se adorar a Deus. Convém aprender a maneira correta. Um culto oferecido a Deus de forma hipócrita, sem honrar a palavra, que perverte o uso dos elementos de culto, que é feito de forma mecânica, que não oferece o melhor ou que não vem acompanhado de uma vida santa, não pode agradar a Deus, NEM PODE SER CHAMADO DE UM CULTO QUE CULTUA A DEUS.

Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Precisamos evitar procedimentos e costumes que inventamos, por melhores, mais atrativos e práticos que pareçam. Mas a questão final é: onde podemos descobrir a forma de culto que realmente agrada a Deus? A resposta é que esta forma de culto que cultua a Deus, esta na Sua Palavra. A Bíblia é nossa regra de fé e prática, somente nela podemos encontrar o ensino confiável para entendermos o que agrada a Deus. Se a desprezarmos e confiarmos em nossas técnicas modernas, certamente não estaremos honrando aquele que a inspirou e nos entregou para que fosse o meio pelo qual teríamos conhecimento dele. A Confissão de Fé de Westminster no Capítulo 21, parágrafo 1, diz: “...a maneira aceitável de se cultuar o Deus verdadeiro é aquela instituída por Ele mesmo, e que está bem delimitada por Sua própria vontade revelada, para que Deus não seja adorado de acordo com as imaginações e invenções humanas, nem com as sugestões de Satanás, nem por meio de qualquer representação visível ou qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras.”

Portanto, podemos concluir afirmando, sem medo de errar, que todas as práticas absurdas encontradas nos cultos dos nossos dias, tais como: orações em conjunto, grupos de oração, bandas, solos, duetos, quartetos, conjuntos, dirigentes, palmas, palmas para Jesus, apelos, danças, culto de jovens, culto de senhoras e crianças, gargalhadas santas, cair no espírito, cuspe santo, cânticos em línguas, urros, recitação de poesias, amarrar, desamarrar, representações teatrais, testemunhos pessoais, culto musicado(cantata), louvorzão, curas, libertações, interromper o culto para cumprimentar os irmãos ou visitantes, luzes coloridas...etc se originaram de pessoas que não se deixaram guiar pela Bíblia, mas antes foram atrás de seus próprios raciocínios e de sua própria vontade (praticam o culto da vontade, onde a adoração é uma questão de gosto e conveniência). Se quisermos agradar a Deus nunca podemos negligenciar a Bíblia. A Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e obedecê-la é o melhor culto que poderíamos oferecer ao Senhor.


Extraído de: www.monergismo.com.br

POR QUE LEVANTAR AS MÃOS?

Por Dr. Peter Masters


É alegado que o levantar das mãos na adoração é sancionado na Bíblia, e deveria, portanto, ter o seu lugar no culto hoje. Existem várias referências a isso nos Salmos, e uma no Novo Testamento. Por que Davi levantou suas mãos? O que sua ação significa? Quando ele o fez?

Lemos no Salmo 28.2: “Ouve a voz das minhas súplicas… quando levantar as minhas mãos para o teu santo oráculo”. Davi estava fora de Jerusalém, provavelmente correndo de Absalão. Como um ausente, ele levantou suas mãos para o lugar do sacrifício em Jerusalém. Fez isso para identificar-se com a oferta do sacrifício pelo sacerdote. Ele não poderia estar presente, mas indicou sua solidariedade com a oferta.

Em Salmos 63.4, ele diz: “… em teu nome levantarei as minhas mãos”. Ele estava no deserto de Judá, e novamente isolado do lugar de sacrifício. Anelava estar no santuário (versículo 2). No tempo do sacrifício, ele uma vez mais levantou suas mãos para identificar-se com a oferta noturna.

Em Salmos 141:2, ele é claro como cristal sobre a questão. Longe do Tabernáculo uma vez mais, ele pediu que sua oração subisse como incenso…‘… e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde’.

Quando longe do Tabernáculo, Davi se engajava nessa ação para expressar sua unidade com a oferta da tarde. Sua ação não era um ‘teatro’ devocional, mas tinha significado real.
Deveríamos fazer o mesmo? Certamente não, pois os sacrifícios já terminaram. Jesus Cristo cumpriu por nós todas as leis e símbolos sacrificiais. O sacrifício da tarde não é mais oferecido. E esse é o motivo de não encontramos no Novo Testamento qualquer instrução para levantar literalmente nossas mãos durante a adoração. Fazê-lo seria reviver a realização dos sacrifícios. Seria depreciar o grande sacrifício oferecido de uma vez por todas, a morte expiatória de Cristo.

Três outros salmos mencionam ações com as mãos, mas referem-se a outros assuntos. O Salmo 119:482 fala de levantar as mãos em obediência diária a Deus – assim como um trabalhador tomaria suas ferramentas. O Salmo 134:23 refere-se aos sacerdotes literalmente oferecendo sacrifícios. O Salmo 143:64 vê Davi figurativamente (não literalmente) estendendo suas mãos a Deus, como uma criança necessitada faz com sua mãe.

Quando Paulo (1 Timóteo 2:85) ordena que os cristãos orem ‘levantando mão santas’, ele indubitavelmente quer dizer isso figurativamente. Oferecer mãos limpas a Deus num sentido literal, como crianças pequenas mostrando aos seus pais que se lavaram, seria ridículo. Aqui as mãos representam nossas ações, e Paulo quer dizer que deveríamos lutar por santidade antes de orarmos.

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1

Fonte: Revista Sword and Trowel.

O QUE É ADORAÇÃO?

Por William Shishko

“Indubitavelmente, o primeiro fundamento da justiça é a adoração a Deus” - (João Calvino)

Adoração é atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles feitos à imagem de Deus é “atribuir dignidade” àquele em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência (Atos 17:28). A adoração cristã tem sido corretamente definida como “a atividade da nova vida de um crente na qual, reconhecendo a plenitude da Divindade como
revelada na pessoa de Jesus Cristo e seus poderosos atos redentores, busca pelo poder do Espírito Santo prestar ao Deus vivo a glória, honra e submissão que lhe é devida” (Robert Rayburn). “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” (Apocalipse 5:12). Nossa adoração deve refletir a adoração do céu, na qual todos os que estão ao redor do trono de Deus dão-lhe glória. “O Pai procura a tais que assim o adorem” (João 4:23).

A sua adoração pessoal, em sua família, e especialmente quando reunido como uma igreja deveria ser a experiência mais maravilhosa da sua vida. Deveria ser um antegozo de uma eternidade de adoração àquele que nos salvou e nos abençoou com imensuráveis bondades.


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Extraído de: www.monergismo.com.br