segunda-feira, 15 de março de 2010

O COMPORTAMENTO PARTICULAR DO CRISTÃO



Texto: Efésios. 4: 25-31; 5: 1-17

Introdução

O assunto que Paulo vai tratar aqui (25-31; 5: 17) é especificamente com relação à vida particular do novo homem. Ele vai abordar aqui o caminhar cristão, ou seja, o seu comportamento.
O apóstolo sai do geral (do que aconteceu com todos aqueles que se revestiram de Cristo) e parte agora para o particular (como estes devem proceder no seu dia a dia).
Ele exorta os irmãos efésios sobre o comportamento que estes deveriam ter como filhos da luz.
Paulo chama a atenção dos efésios se utilizando de mandamentos, para expor o seu ensino, sobre certas coisas que precisavam ser abandonadas, demonstradas e coisas que não deveriam ser aceitas por eles em hipótese alguma.
Tese: È bem verdade, que a certas coisas pecaminosas que, mesmo depois da conversão ainda continuam a existir na vida particular de um cristão, e por esta razão, a palavra de Deus nos adverte sobre elas. O que caracteriza o comportamento particular do cristão? O que ele deve abandonar, distanciar-se, e não aceitar em hipótese alguma?

O primeiro ponto de Paulo aqui é que:
I. O comportamento particular do cristão caracteriza-se pelo o abandono de certas atitudes pecaminosas que entristece o Espírito Santo – v. 25-31
(a). Os cristãos devem deixar a mentira – O verbo “deixar” tem a mesma conotação do verbo despojar no verso 22.
1. Como isso Paulo esta dizendo que os cristãos verdadeiros devem deixar a falsidade, desonestidade, o torcer a verdade, o exagero, a fraude, o não cumprimento das promessas feitas, o trair a confiança.
a. “Deixar a mentira implica não só deixar de falar mentiras, mas em deixar a mentira completamente na conduta do dia a dia, pois há a mentira proferida com a língua e a mentira vivida nas atitudes diárias. Se o apóstolo ordena o despojamento do "velho homem", o que significa abandonar todos os hábitos antigos da velha criatura, isso logicamente inclui a mentira” – Elienai Cabral
2. Paulo da ênfase a essa atitude dizendo: “porque somos membros uns dos outros”. A mentira não é própria da nova vida. Seu sim de ser mesmo sim, e o seu não deve ser não. È esse tipo de atitude que os cristão devem ter entre si.
(b). Os cristãos devem deixar à ira – “irai-vos e não pequeis” – v. 26
1. Dá a idéia de que o crente pode irar-se desde que essa ira não conduza ao pecado. Um pode ser até benéfico. O outro é negativo, pois conduz ao pecado.
a. Há momentos em que o crente pode ser justo a estar zangado, por exemplo, quando alguém maldiz o caráter de Deus; quando nos indignamos por causa do pecado.
b. Há momentos, porém, em que irar-se é pecado. Quando a ira provém da malicia, da inveja, do ressentimento, da vingança ou do ódio procedente de algum mal praticado contra nós mesmos, ela é proibida.
i. Paulo está dizendo aqui que, quando o crente cede à ira, ele deve confessá-la e abandoá-la o mais cedo possível.
1. Deve fazer a sua confissão a Deus e também aquele que foi vitima da sua ira.
2. O cristão não deve guardar ressentimento ou nutrir rancor, nem manter-se irritado - “Não se ponha o sol sobre a vossa ira”.
3. Paulo diz que Isso evita darmos lugar ao Diabo (27), porque pecados de ira não confessados fornecem ao diabo uma porta de entrada e uma base de operações em nossas mentes e depois em nossos corações. Portanto, antes que nosso coração se encha com o veneno do ódio, a ira dever ser expulsa mais rápido possível.
(c). Os cristãos devem deixar o furto – v. 28
1. Temos aqui uma exortação de Paulo ao dever que o cristão tem de viver uma vida honesta. “aquele furtava não furte mais”.
2. È importante observarmos aqui que o apóstolo não estava falando a incrédulos, mas a pessoas nascida de novo. Paulo sabia que o Evangelho havia alcançado toda a sorte de pessoas e, entre essas, aquelas que tinham a fraqueza de praticar o fruto. A palavra "furtar" ofende a muita gente, entretanto ela está presente nas ações de muitos crentes.
a. O furto provém de uma mente egoísta e de uma natureza depravada, que deve ser considerada morta na experiência do dia a dia.
b. O furto pode tomar muitas formas, desde o latrocínio até o simples deixar de pagar as dividas, os impostos.
c. Paulo está aconselhando a cada um cristão a que, trabalhem e não tenham uma vida ociosa, “antes, trabalhem” de uma maneira honesta, e sempre que possível prestar assistências aos necessitados. Ninguém que professar ser cristão pode viver só para si e negligenciar o seu semelhante.
(d). Os cristãos devem deixar as palavras torpes – v. 29
1. Palavra torpe significa, conversa sujo e sugestiva; isso inclui anedotas imorais, profanações e historias indecentes.
2. Palavras torpes são linguagens indecentes, que devem ser substituídas por palavras que produzam edificação (aperfeiçoamento); que seja apropriada; que seja graciosa.
3. O apóstolo Paulo usa a expressão: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus”.
a. Essa expressão esta intimamente ligada às coisas pelas quais os cristãos deveriam deixar: a mentira, a ira pecaminosa, o furto, e a palavra torpe.
b. Essas atitudes são suficientes para entristecer o Espírito santo, justamente porque Ele habita no crente e qualquer ato físico que profane o nosso corpo, que é templo do Espírito Santo, pode entristecê-lo.
c. O ministério do Espírito de Deus é glorificar a Jesus Cristo e transformar o crente na sua semelhança (2Cor. 3: 18).
i. Quando um crente peca, o Espírito interrompe esse ministério para restaurá-lo. Ele se vê obrigado a conduzir o cristão para o lugar de arrependimento – William Macdonald. Por esta razão, deveríamos evitar tudo que possa entristecê-lo, pois Nele fomos selados para o dia da redenção.

O segundo ponto de Paulo aqui é que:
II. O comportamento particular do cristão caracteriza-se pelo o distanciamento dos pecados da língua e do mal gênio – v.31-32
(a). Os cristãos devem se distanciar de toda amargura – Ressentimento que não se extingue. Não ter vontade alguma de perdoar. Guardar rancor.
(b). Os cristãos devem se distanciar de toda cólera – Mau gênio, fúria, antipatia, hostilidade
(c). Os cristãos devem se distanciar de toda ira – Mau humor. Paulo exorta aos irmãos a não viverem mal humorados.
(d). Os cristãos devem se distanciar de toda gritaria – Gritar com ira, discutir em alta voz.
(e). Os cristãos devem se distanciar de toda blasfêmia – Calúnia, difamação, insultos
(f). Os cristãos devem se distanciar de toda malícia – Desejo de fazer o mal aos outros. A malicia é um tipo de iniqüidade que não se envergonha de quebrar a lei. È alguém que tem prazer em fazer o mal.
1. Paulo passa agora a demonstrar as ferramentas pelas quais os cristãos podem se utilizar contra os pecados da língua e do mal gênio (v. 32a):
a. Os cristãos devem ser benignos.
i. È o desejo desinteressado no bem estar dos outros . O desejo de ajudar, mesmo com grande sacrifício pessoal.
ii. Ser benigno é ser gentil, agradável.
b. Os cristãos devem ser compassivos
i. Com isso o apóstolo Paulo esta dizendo que os cristãos devem ter um bom coração.
ii. Com isso o apóstolo estava dizendo que os crentes devem ter uma genuína afeição pelos outros. Manifestar-se na prontidão em levar os fardos uns dos outros.
c. Os cristãos devem praticar o perdão – v. 32b
i. Os cristãos devem estar prontos a perdoarem as ofensas ou passar por cima delas sem conservar qualquer desejo de vingança.
1. Paulo diz que o maior exemplo para pratica do perdão, é o exemplo de Deus - v. 1
2. Um verdadeiro crente possui a confiança produzida pelo próprio Espírito de Deus, que Ele “não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo a nossa iniqüidade” (Sl 105:10).
3. A obra de Cristo na cruz do Calvário é à base do amor de Deus do qual os cristãos são o objeto, embora não mereçamos.
4. Ele nos perdoou quando estávamos em divida com Ele, devemos assim também perdoar os nossos devedores.
5. Deus em Cristo nos perdoou e por isso devemos ser seus imitadores perdoando uns aos outros. Se realmente somos filhos de Deus, nascido de novo, por meio da regeneração produzida pelo Espirito Santo, devemos manifestar perdão. Devemos como filhos imitar o exemplo do nosso Pai.
ii. Os cristãos devem demonstrar no viver diário amor – v. 2
1. Paulo demonstra que o exemplo para pratica do amor é o sacrifício de Cristo por nós. “e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”.
a. Significa que precisamos nos dar uns pelos outros.
i. Porque foi isso que Cristo fez por pelos cristãos.
ii. Essa foi à prova de amor de Cristo por nós.
iii. Devemos provar que amamos a Ele, amando uns aos outros. 1Jo. 4: 7-10 diz: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação (aplacamento) pelos nossos pecados.”

b. O Senhor Jesus agradou o Pai entregando-se a si mesmo pelos outros. A lição que aprendemos disso é que nós também podemos trazer alegria ao coração de Deus entregando-nos pelos outros.

O terceiro ponto de Paulo aqui é que:
III. O comportamento particular do cristão caracteriza-se pela a não aceitação de coisas que pelas quais, vem a Ira de Deus – v. 3-6
(a). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma Impudicícias – v. 3
1. Paulo está tratando aqui sobre o adultério, a fornicação (relação entre não casados), a homossexualidade, o lesbianismo, a pornografia, como pecados que não devem fazer parte da vida cristã.
(b). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma Impurezas – v. 3
1. Paulo está tratando aqui com relação a objetos que possam levar a atos imorais, como também todo e qualquer tipo de material sugestivo, como livros obscenos, filmes pornográficos, programas imorais, que possa incendiar as estas paixões, devem ser abandonados.
(c). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma a cobiça – v. 3
1. A cobiça aqui é com relação a Ex. 20: 17: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo”.
a. Paulo diz que nenhuma dessas coisas nem sequer se nomeiem entre os cristãos.
b. Não deve haver nem mesmo a necessidade de mencioná-las como atos praticados por crentes.
c. Essas coisas não devem ser mencionas levianamente.
d. Paulo dá ênfase à sua exortação com as palavras, “como convém a santos. Os crentes foram separados da corrupção que está no mundo. Agora devem levar uma vida de separação das paixões carnais, tanto em suas ações como em suas palavras.
(d). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma conversação torpe – v. 4
1. Paulo está se referindo aqui a piadas e gracejos imorais, e a todo espécie de obscenidades e indecência.
(e). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma palavras vãs – v. 4
1. Conversas próprias de um tolo. Linguagem de baixo nível. Isso é inadmissível entre cristãos verdadeiros
(f). Os cristãos não devem aceitar em hipótese alguma chocarrices – v. 4
1. Significa brincadeiras ou conversas imorais.
a. O apóstolo Paulo incentiva os cristãos a abandonarem essas coisas inconvenientes – v. 4
i. Em vez de o crente usar sua língua para assuntos tão indignos, deve cultivar o hábito de exprimir sua gratidão a Deus por todas as benções e favores que recebe em sua vida. Isso é agradável ao Senhor, é um bom exemplo aos outros e é bom para a sua própria alma – William Macdonald
b. O apostolo Paulo também diz o porquê, não deveriam ser aceitas estas coisas, v. 5: Porque tais pessoas que praticam tais coisas são incontinentes, impuros, avarentos, idolatras, por isso não terão herança no reino de Cristo e de Deus.
i. Em Ap. 22: 15 também diz: Fora ficam os de mente impura, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.
ii. Paulo termina esse assunto nos versos 6 – 14 dizendo: “Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará”.

Conclusão
Que Deus nos ajude a deixarmos tudo aquilo que venha á entristecer o Seu Espírito.
Que Ele nos ajude a nos distanciarmos dos pecados da língua e do mal gênio.
Que possamos como cristãos genuínos rejeitar toda e qualquer coisa que nos conduza a impureza.
Que estejamos cada dia, cônscios, de que, o nosso comportamento particular deve estar solidificado sobre a doutrina da Trindade, como um exemplo para um viver santo e agradável como filhos da luz. O apóstolo Paulo em cada ponto tratado aqui se utiliza dessa doutrina para solidificar o seu ensino.
Que assim também, possamos solidificar nossas vidas sobre tão maravilhosa doutrina, e tão maravilhosos mandamentos tratados por ele aqui.

Rev. Edvaldo Miranda

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