sábado, 5 de junho de 2010

POR QUE O INFERNO É UM ASPECTO INEGOCIÁVEL



Por John Piper

O hoje pertence ao noticiário; o amanhã pertence ao marketing; e a eternidade pertence à Verdade. Se você só vive para este mundo, terá pouca preocupação com a verdade. "Deixe-nos comer, beber e divertir-nos; e chamar as idéias que protegem nossos apetites de 'verdades'". Mas se você vive para a eternidade, você abre mão de alguns modismos passageiros para tornar-se eternamente relevante.

Em Bethlehem*, nós reputamos a verdade como superior a sucessos temporários. Onde a verdade é minimizada e as pessoas não estão arraigadas e fundamentadas nela, os sucessos são superficiais e a árvore que cresce é oca, até mesmo enquanto floresce sob o sol da prosperidade. Oh que Deus nos dê um amor humilde e submisso pela verdade da palavra de Deus em sua profundidade e abundância.
Ouça o alerta de Paulo advertindo sobre nossos dias: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos (2 Timóteo 4:3)... que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. (2 Tessalonissenses 2:10)."

Tome, por exemplo, uma verdade que não é popular e está sendo abandonada por muitos que ostentam a bandeira de "evangélicos" sobre suas tendas: a verdade do inferno. Oh que diferença faz quando uma pessoa acredita no inferno com tremor e lágrimas. Há uma seriedade em relação a tudo na vida, e uma urgência em todos os nossos empenhos, e um sabor de seriedade-sangue que tempera tudo e faz com que sintamos o pecado sendo mais pecaminoso, a justiça sendo mais justa, a vida sendo mais preciosa, e os relacionamentos mais profundos, e Deus parece ser mais importante.
"Oh que diferença faz quando uma pessoa acredita no inferno com tremor e lágrimas."
Não obstante, como ocorre em toda geração, há sempre novos abandonos da verdade.

Clark Pinnock, um teólogo canadense que ainda se diz evangélico, escreveu:
"Eu fui levado a questionar a crença tradicional em um tormento consciente eterno por causa da repugnância moral e por considerações teológicas mais abrangentes, e não primordialmente baseado em fundamentos bíblicos. Simplesmente não faz nenhum sentido dizer que um Deus de amor torturará as pessoas para sempre por pecados cometidos no contexto de uma vida finita... Está na hora dos evangélicos saírem e dizerem que a doutrina bíblica e moralmente apropriada do inferno é a aniquilação e não o tormento eterno." (Clark Pinnock e Delwin Brown, Theological Crossfire: An Evangelical/Liberal Dialogue [Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1990], pp. 226-227)

Dorothy Sayers, que morreu em 1957, fala de um antídoto necessário contra este tipo de abandono da verdade:
Parece haver um tipo de conspiração, especialmente entre escritores de meia-idade de tendência vagamente liberal, em esquecer, ou esconder, de onde vem a doutrina do Inferno. Freqüentemente encontram-se referências "à cruel e abominável doutrina medieval do inferno", ou "à infantil e grotesca imagem medieval do fogo físico e dos vermes.". . .

Mas o caso é exatamente o contrário; enfrentemos os fatos. A doutrina do inferno não é "medieval": é de Cristo. Não é um dispositivo de "poder eclesiástico medieval" forjado para que pessoas amedrontadas dêem dinheiro para a igreja. É o julgamento deliberado de Cristo sobre o pecado. A imagem do verme que nunca morre e do fogo inextinguível deriva, não de "superstição medieval", mas originalmente do profeta Isaías, e foi Cristo que enfaticamente a utilizou... Ela nos confronta no mais antigo e menos "editado" dos evangelhos. Está explícita em muitas das parábolas mais conhecidas e implícita em muitas mais. Ela tem uma importância muito maior no ensino do que normalmente se percebe, até que a pessoa lê os Evangelistas [Evangelhos] em vez de escolher os textos que lhe são mais confortáveis. Não é possível livrar-se dessa doutrina sem rasgar o Novo Testamento em farrapos. Não podemos repudiar o Inferno sem repudiar a Cristo completamente. (Dorothy Sayers, A Matter of Eternity, ed. Rosamond Kent Sprague [Grand Rapids: Eerdmans Publishing Co., 1973], p. 86)
Eu só acrescentaria: Há muitas outras coisas que, se abandonadas, também significarão o repúdio final a Cristo. Não é por lealdade ultrapassada que nós amamos a verdade - até mesmo as verdades mais difíceis. É por amor a Cristo, e amor às pessoas que somente o Cristo da verdade pode salvar.
Desejando amar as pessoas com a verdade,

Pastor John

Nenhum comentário:

Postar um comentário